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Disfunções Sexuais Femininas

Disfunção sexuais Femininas

No Brasil estima-se que 51% da população feminina apresenta algum tido de disfunção sexual. A vida sexual faz parte do bem-estar do indivíduo e é parte integrante da saúde global. É cada vez mais reconhecida a importância da saúde sexual para a longevidade das relações afetivas e como parte da saúde global e bem-estar do indivíduo. Atualmente, independente do gênero, o aspecto prazeroso do sexo tem demonstrado maior importância do que a sua finalidade reprodutiva. Nos últimos dez anos, a mulher tem recorrido aos cuidados médicos, com mais freqüência, em busca de solução para os problemas que interferem na sua qualidade de vida, em especial aqueles relacionados com sua função sexual.

Considera-se disfunção sexual qualquer distúrbio, associado ou não a dor, do ato sexual. São exemplos de algumas disfunções sexuais femininas:

Vaginismo

É um distúrbio que pode impedir uma relação sexual passível de penetração vaginal. É uma síndrome psicofisiológica cuja a principal característica é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo (vagina), quando é tentada, prevista ou imaginada a penetração vaginal seja ela com pênis, dedo, tampão, espéculo ou até mesmo um simples cotonete. A contração pode variar desde leve, induzindo alguma tensão, dor ou desconforto, até severa, impedindo completamente a penetração. Porém a mulher pode, mesmo apresentando o vaginismo, ter desejo, prazer e orgasmos, desde que não seja feito alguma tentativa de penetração. O vaginismo pode ser classificado em primário, quando ocorre desde o início da vida sexual ou secundário quando a mulher que tinha relação sexual saudável durante um período mas depois passa ter o problema.

Entenda o que acontece quando a mulher tem vaginismo

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Sintomas do Vaginismo

  • Contração involuntária da vagina (espasmo muscular)
  • Dificuldade ou impossibilidade de penetração vaginal
  • Dor na tentativa de penetração vaginal
  • Sensação que a vagina encolheu ou de parede vaginal
  • Ansiedade
  • Outros sintomas como: câimbras em glúteos e pernas, fobia/pânico, pressão baixa e até mesmo desmaio, podem acontecer.

Possíveis causas do Vaginismo

  • Criação familiar e/ou religiosa muito rigorosa
  • Abuso ou traumas sexuais
  • Primeira relação sexual traumática
  • Primeira consulta ginecológica traumática
  • Histórico de infecções urinárias ou ginecológicas na infância
  • Dentre outras…

Tratamento do Vaginismo

O tratamento recomendado é multidisciplinar! O médico irá afastar possibilidade de fatores orgânicos tais como infecções urinárias ou ginecológicas. O Psicólogo/sexólogo através da terapia cognitiva comportamental irá apoiar com relação aos fatores psicossomáticos e a Fisioterapia irá atuar na manifestação física do vaginismo. Em nenhum momento do tratamento, a paciente poderá sentir dor, pois a dor reforça o espasmo e piora os sintomas, impossibilitando dessa forma a penetração. A fisioterapia deverá ser completamente indolor! O tempo médio do tratamento de fisioterapia para essa disfunção é de 10 sessões. São alguns dos recursos de tratamento fisioterapêutico:

  • Dilatadores vaginais
  • Reabilitação perineal com Biofeedback
  • Cinesioterapia específica
  • Terapia manual
  • Termoterapia
  • Radiofrequência perineal
  • Eletroterapia para analgesia
  • Dentre outros

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Vulvodínia

Caracterizada por uma dor vulvar em ardência e/ou queimação, por um período mínimo de 3 meses, onde não há nenhuma alteração da anatomia, nem presença de infecções ginecológicas ou alterações neurológicas visíveis. A paciente costuma referir dificuldade ou impossibilidade de manter relação sexual devido aos sintomas de ardência e queimação que muitas vezes é acompanhando da contração vaginal reflexa/involuntária.

Sintomas da Vulvodínia

  • Dor na relação sexual
  • Dor em ardência
  • Queimação
  • Fisgadas
  • Pontadas
  • Alfinetadas
  • Pinçadas
  •  

Classificação da Vulvodínia

Primária ou Secundária:

  • Desde a primeira relação sexual = PRIMÁRIA
  • Vida sexual anterior saudável = SECUNDÁRIA

Quanto ao local da dor

  • Generalizada – Quando a mulher refere dor, ardência, queimação, fisgadas ou pontadas em toda região vulvar;
  • Localizada – Quando a queixa de dor/ardência/ pontadas ocupa um ponto específico da área vulvar, sendo classificada em: Clitorodinia (dor no clitóris) ou Vestibulodinia (dor no vestíbulo vulvar/ entre pequenos lábios) ou Hemivulvodinia (dor em um dos lados).

Forma como a dor se manifesta: Provocada (só sente dor ao ser tocada), Espontânea (dor surge sem toque) ou Mista (dói ao toque e também de forma espontânea).

Padrão temporal: Intermitente / persistente / constante / imediata  / retardada

 

Possíveis causas da Vulvodínia

  • Infecções ginecológicas
  • Infecções urinárias de repetição
  • Candidíase de repetição
  • Hipersensibilidade
  • Alergias
  • Fatores genéticos
  • Fatores hormonais
  • Excesso de oxalato de cálcio
  • Dentre outros…

Tratamento da Vulvodínia

O tratamento recomendado é multidisciplinar! O médico irá confirmar o diagnóstico e conduzir o tratamento com medicação de uso tópico e possivelmente de uso oral. O Psicólogo/sexólogo através da terapia cognitiva comportamental irá apoiar com relação aos fatores psicossomáticos, a Nutricionista irá restringir alimentos irritantes, assim como evitar constipação intestinal e promover melhora do Ph e flora vaginal e a Fisioterapia irá atuar no processo de dessensibilização vulvar e na melhora da coordenação dos músculos do assoalho pélvico. O tempo médio do tratamento de fisioterapia para essa disfunção é de 25 sessões. São alguns dos recursos de tratamento fisioterapêutico:

  • Dilatadores vaginais
  • Reabilitação perineal com biofeedback
  • Cinesioterapia específica
  • Terapia manual
  • Termoterapia
  • Radiofrequencia perineal
  • Eletroterapia para analgesia
  • Laserterapia
  • Orientações gerais
  • Dentre outras…

Algumas medidas devem ser tomadas, para que a paciente com vulvodínia tenha mais conforto vulvar:

  • Use calcinha branca e de algodão;
  • Use sabonete sem perfume e sem propilenoglicol para a região íntima;
  • Durante a menstruação prefira absorvente interno (coletor menstrual , melhor ainda), caso não consiga, use absorvente de cobertura suave (algodão) sem perfume, troque o absorvente externo a cada 2 horas;
  • Evite piscinas públicas por causa do cloro excessivo;
  • Evite alimentos irritativos: cafeína, pimenta, frutas cítricas e ácidas, alimentos ricos em oxalato de cálcio;
  • Evite lubrificantes que contenham propilenoglicol (PPG) em sua fórmula, corantes ou aromas também não são recomendados. Prefira utilizar óleo de coco como lubrificante;
  • Prefira camisinha free látex;
  • Após relação sexual, faça xixi e lave-se com água fria/gelada.

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Dispareunia

É a dor genital que ocorre antes, durante ou após a relação sexual. A repetição da dor durante o ato sexual pode causar angústia marcante, ansiedade e dificuldades interpessoais, levando a paciente à antecipação de uma experiência sexual negativa e, por fim, a evitar o sexo. Este termo é utilizado para descrever a dor durante a penetração, mas pode ocorrer durante a estimulação sexual também.

Pode ser dividida em superficial (dor no intróito vaginal), profunda (dor com penetração profunda) e intermediária (dor no conduto médio da vagina). É a disfunção sexual na qual mais frequentemente encontram-se causas orgânicas, em torno de 60% e pode ser generalizada ou situacional, primária ou secundária.  A dispareunia secundária ocorre, em média, após 10 anos do início da atividade sexual e a dispareunia crônica poderá levar ao vaginismo como um mecanismo de defesa do próprio corpo. Para o seu diagnóstico são necessários anamnese bem feita e exame físico minucioso.

Possíveis causas da Dispareunia

  • Vulvodínia
  • Endometriose
  • Falta de lubrificação vaginal
  • Atrofia vaginal
  • Síndrome da bexiga dolorosa
  • Fibromialgia
  • Dor pélvica crônica
  • Síndrome dolorosa miofascial
  • Pós parto ou período do aleitamento
  • Menopausa / Síndrome Gênito-urinária
  • Infecções ou inflamações ginecológicas
  • Candidíase
  • Pólipos
  • Fatores psicossomáticos

Sintomas da Dispareunia

  • Dor ou desconforto no intróito vaginal (entrada da vagina)
  • Dor ou desconforto em penetração profunda
  • Dor ou desconforto no intercurso sexual

Tratamento da Dispareunia

O tratamento recomendado é multidisciplinar! O médico irá afastar a possibilidade de fatores orgânicos, tais como infecções urinárias ou ginecológicas e se necessário conduzirá com medicação. O Psicólogo/sexólogo através da terapia cognitiva comportamental irá apoiar com relação aos fatores psicossomáticos e a fisioterapia irá atuar na manifestação física da causa da dor. O tempo médio do tratamento de fisioterapia para essa disfunção é de 10 sessões dependendo da avaliação individualizada do caso. São alguns dos recursos de tratamento fisioterapêutico:

  • Dilatadores Vaginais
  • Reabilitação Perineal com Biofeedback
  • Cinesioterapia específica
  • Terapia manual
  • Termo terapia
  • Radiofrequência Perineal
  • Eletroterapia Para Analgesia
  • Dentre outros…

Prevenção da estenose vaginal (pós câncer ginecológico)

A radioterapia externa ou intracavitária (braquiterapia) realizada em mulheres com câncer ginecológico pode resultar em morbidades, como a estenose vaginal (fechamento do canal vaginal), que causa estresse emocional e prejuízo funcional à paciente.

O tratamento para a prevenção da estenose deve ser iniciado logo após o fim da radioterapia/braquiterapia. É indicado que o paciente faça fisioterapia pélvica, com o objetivo de manter a função sexual. Possibilidade de exames ginecológicos necessários para o acompanhamento clínico do paciente. A prevenção do fechamento do canal vaginal (estenose), o alongamento e o tratamento das aderências fazem parte do objetivo da fisioterapia pélvica. São recursos do tratamento: dilatadores vaginais, massagem perineal, termoterapia, cinesioterapia específica, biofeedback, laserterapia, orientações gerais, dentre outros

Flacidez vaginal

A flacidez vaginal (conhecida por vagina larga) prejudica a qualidade de vida sexual da mulher, uma vez que gera dificuldade com relação à sensibilidade do movimento de fricção durante a penetração prejudicando assim a satisfação sexual (orgasmo). Podendo ainda gerar a ocorrências de flatos vaginais (saída de ar da vagina) gerando barulhos desconfortáveis para a mulher. O tratamento baseia-se no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico através de exercícios perineais com recursos de biofeedback, exercícios de kegel, gameterapia, etc. Além da estimulação do colágeno por meio da radiofrequência e laserterapia.

Atrofia Vaginal / Síndrome Gênito-urinária da menopausa

Sintomas relacionados com a atrofia vulvovaginal apresentam um impacto negativo sobre a qualidade de vida de até 50% das mulheres na pós‐menopausa.

Na pós‐menopausa ocorre uma constelação de sinais e sintomas relacionados diretamente com a diminuição dos níveis dos hormônios sexuais, em especial dos estrogênios, que envolvem o aparelho genital ou o trato urinário inferior, denominada no seu conjunto como síndrome genitourinária. Ao contrário dos sintomas vasomotores, que tendem a diminuir com o tempo de pós‐menopausa, a síndrome geniturinária não diminui espontaneamente e comumente progride quando os níveis hormonais estão muito baixos.

A síndrome geniturinária da pós‐menopausa (GSM) é um termo que descreve vários sintomas e sinais da menopausa associados com as mudanças físicas da vulva, da vagina e do trato urinário inferior. A GSM inclui não apenas sintomas genitais (secura, ardor e irritação) e sexuais (falta de lubrificação, desconforto ou dor), mas também sintomas urinários (urgência miccional, disúria e infecções urinárias recorrentes).

O tratamento da fisioterapia tem o objetivo de melhorar a vascularização na região genital, melhorando assim a lubrificação local e evitando a atrofia vaginal. Além de fortalecer os músculos da região pélvica evitando assim sintomas da incontinência urinária. Alguns dos recursos utilizados na fisioterapia são:

  • Dilatadores vaginais
  • Reabilitação perineal com biofeedback
  • Cinesioterapia específica
  • Terapia manual
  • Radiofrequência perineal
  • Eletroterapia
  • Laserterapia
  • Dentre outros…
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