SAIBA O QUE É VAGINISMO
Olá meninas! Hoje vamos falar de sexo…. De sexo e de dor durante o sexo. Sim!!! Isso existe e é mais comum do que vocês possam imaginar. Pode parecer que essas duas coisas não se relacionam de forma alguma, mas infelizmente cerca de 20% das mulheres brasileiras sentem dores com frequência, durante o ato sexual. A relação sexual que geralmente é falada e descrita como algo prazeroso, pode ser um verdadeiro tormento na vida de muitas mulheres. Às vezes, a dor durante a penetração é tão intensa que impossibilita o sexo.
Não é normal sentir dor durante o sexo! Se isso acontece com você, é sinal de que pode estar acontecendo algum problema de causa psicológica ou orgânica. E o primeiro passo para tentar resolver essa questão é discutir esse problema com o seu ginecologista, ou ainda procurar um fisioterapeuta especializado em uroginecologia.
Depois que o programa Bem-Estar (da globo), abordou o tema VAGINISMO, tenho recebido em meu consultório muitas mulheres que se identificaram com os sintomas relatados pelo programa. Porém nem sempre a causa de dor durante a penetração é o vaginismo. Vamos falar aqui, de ALGUMAS das causas mais comuns de dor durante o sexo.
01 – VAGINISMO
Quando é tentada ou prevista uma penetração ocorre uma contração involuntária dos músculos do períneo impedindo ou dificultado o ato sexual. Geralmente essa tentativa de penetração e impossível e vem acompanhada de muita dor. Mulheres que possuem esse problema costumam relatar que parecem sentir uma espécie de bloqueio especificamente na entrada da vagina (tipo uma parede). Além da dor e da dificuldade ou impossibilidade da penetração, essa mulher pode sentir também muito ardor na entrada da vagina, tremores em pernas e glúteos, calafrios e sudorese. Essa disfunção geralmente acomete as mulheres mais jovens (entre 18 e 30 anos) que possuem fobia (medo) de serem penetradas. Sendo assim, o vaginismo é a maior causa de casamentos não consumados e também uma das causas de infertilidade. Triste não e mesmo? A boa notícia é que uma vez diagnosticado e iniciado a terapia psicologia e a fisioterapia especializada, a cura é rápida e em 100% dos casos. Legal né? Eu tenho o maior orgulho de dizer que já ajudei centenas de meninas a ficarem curadas dessa disfunção 😉 .
Saiba mais sobre as causas do vaginismo e a fisioterapia especializada para essa disfunção em www.vaginismoefisioterapia.blogspot.com.br
02 – DISPAREUNIA
Se o vaginismo acomete geralmente mulheres mais jovens, a dispareunia é mais frequente em mulheres que enfrentam a menopausa (acima dos 45 anos). Sabemos que alguns anos após a menopausa, a deficiência de estrogênio (hormônio feminino) pode gerar alterações na pele e na mucosa vaginal. A vagina perde a sua elasticidade e torna-se mais ressecada. Isso já e suficiente para deixar o sexo bastante incomodo ou doloroso. Nessa situação, não só o início da penetração torna-se difícil e doloroso, como também no decorrer dos movimentos sexuais. A mulher com dispareunia costuma queixar-se de sentir atrito durante o movimento de “vai e vem”. Muitas vezes o uso de lubrificante vaginal não é suficiente para evitar esse atrito. Os médicos ginecologistas costumam encaminhar frequentemente essas pacientes para a fisioterapia uroginecológica com a finalidade de melhorar a qualidade da mucosa vaginal, do tônus da musculatura perineal e consequentemente da lubrificação vaginal. Saiba mais sobre fortalecimento do períneo, clicando aqui. (http://superela.com/2014/01/23/4-exercicios-que-fortalecem-o-perineo-melhore-o-sexo-e-evite-incontinencia-urinaria/ )
E necessário excluir outras causas de dispareunia, são elas a endometriose, cistite intersticial, constipação intestinal crônica, pólipos em colo de útero ou vagina etc. Mantenha seu exame ginecológico em dia!
03- VULVODYNIA
Essa disfunção é a menos comum (ainda bem, pois é a mais difícil de tratar) e constantemente é confundida com o vaginismo. Porém nesta disfunção o principal sintoma relatado é a sensação de queimação e dor não só durante o ato sexual, como também ao simples toque. O que dificulta até mesmo a higiene íntima. O simples fato de secar o xixi pode ser um tormento! As vezes a sensação de dor em queimação só ocorre quando é provocado algum contato na região da vulva e/ou do clitóris e as vezes essa dor é espontânea, sem nem mesmo ter sido provocada por um toque. Há casos, que nem mesmo é suportável usar calcinha ou absorventes. Recomenda-se o uso de roupas leves e folgadas, uso de calcinhas 100% algodão, higiene íntima com sabonetes de glicerina sem cheiro e a utilização de óleos minerais durante a relação sexual. O tratamento dessa disfunção é multidisciplinar e pode envolver o médico ginecologista especialista em dores vulvares, terapeuta sexólogo, nutricionista funcional, fisioterapeuta urogenital e possivelmente um fisioterapeuta RPGista já que esse diagnóstico costuma ter associação com problemas lombares. É possível também, em alguns casos a associação do aparecimento da vulvodynia com eventos de candidíase genital ou ainda pós herpes genital. A causa dessa disfunção ainda é desconhecida, porém o tratamento multidisciplinar tem se mostrado bastante eficaz em reduzir os sintomas e melhorar BASTANTE a qualidade de vida destas mulheres.
04 – PARCEIROS “GG”
Deixei esse por último! rsrsrs
Parece brincadeira, mas pênis muito grande também pode gerar dor! Geralmente a dor ocorre em fisgadas e no fundo da vagina. A sensação é como se o pênis esticasse toda a vagina, chegando a bater no colo do útero. E quando o sexo acaba, pode ser que essas mulheres sintam uma sensação de cólica na região do baixo ventre (semelhante a uma leve cólica menstrual). Geralmente esses incômodos só ocorrem nas posições que favorecem uma penetração mais profunda (de quatro apoios, por exemplo rsrs). As posições que facilitam a penetração profunda são as preferidas dos homens, se o seu parceiro tem um pênis GG (não conte para a concorrência!!! Brincadeirinha! rsrsrs), avise ele do incômodo que você sente, assim ele pode tentar controlar para não penetrar todo o comprimento do pênis. Se mesmo assim o parceiro não colaborar, procure colocar a sua mão esticada ao lado da vagina, isso irá funcionar como uma barreira (detendo de 2 à 3cm a menos de profundidade) ou ainda coloque uma toalhinha em forma de rolo entre o seu corpo e o do seu parceiro.
Cada mulher tem uma medida de vagina diferente, pode variar de 6 a 15 cm de profundidade e de 2,5 à 6cm de diâmetro (na entrada). Isso depende da estatura da mulher e da raça. Geralmente as orientais possuem vaginas mais curtas e apertadas, as negras possuem vaginas mais apertadas e longas e as mulheres caucasianas possuem vagina mais larga (na entrada) e o comprimento pode ser compatível ou não com a estatura da mulher. Então o tamanho do pênis pode ser grande ou pequeno quando considerado também a anatomia da parceira. Um pênis de 14cm (considerado abaixo da média brasileira) pode ser grande demais para uma mulher oriental e pode ser pequeno para uma mulher branca ou negra de estatura alta. Tudo é relativo! (rsrsrs).
Existem algumas outras causas de dor durante o sexo. Antes de tomar conclusões a respeito do seu problema procure ajuda de um ginecologista, faça seus exames ginecológicos periodicamente e evite maiores inconvenientes.
Para te ajudar no tratamento das disfunções citadas à cima, a fisioterapia uroginecológica e a terapia sexual podem ser grandes aliadas!
Espero que depois dessas dicas, todas vocês possam curtir muuuuito o sexo e SEM DOR!!! Quem gostou e tem dúvidas sobre esse assunto, pode escrever aqui embaixo ou enviar e-mails. Responderemos todos! E se você tem alguma sugestão para a nossa próxima matéria, deixe aqui também a sua sugestão.
Dra Fernanda Pacheco (CREFITO2:109096F)
Fisioterapeuta especializada em Fisioterapia Uroginecológica e Obstetrícia; Diretora técnica da Clínica Urofisio (Rio de Janeiro); Membro da câmara técnica de fisioterapia Uroginecológica do CREFITO2; Membro da ABRAFISM; Autora do blog Vaginismo & Fisioterapia e Colunista da revista eletrônica Superela.